O maior rio na TERRA é INVISÍVEL - e voa
- mundofascinante
- 4 de dez. de 2015
- 3 min de leitura

Em um dia ensolarado típico na Amazônia, 20 bilhões de toneladas de água flui para cima através das árvores e despeja para o ar, um rio invisível que flui através do céu através de um continente
"Este rio de vapor que sobe da floresta e vai para a atmosfera é maior do que o rio Amazonas", diz Antonio Donato Nobre nesta palestra do TEDx Amazônia. Nobre é pesquisador sênior no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia do Brasil. E, em sua opinião, a coisa mais notável sobre a Amazônia - ainda mais do que os seus 6450Km de rio ou de suas centenas de bilhões de árvores - é que é essencialmente um sistema de aspersão maciça, alimentado por energia solar, a água é aspergida através de um continente. Se este fosse um sistema feito pelo homem, diz Nobre, seria a inveja do mundo. Aqui está o porquê A natureza é o engenheiro mais durão de todos.
Toda árvore é um gêiser em silêncio. Através de um processo chamado de transpiração, uma grande árvore na Amazônia pode liberar 1.000 litros de água para a atmosfera em um único dia. "Há uma evaporação frenética aqui", diz Nobre. Ele compara a força de um gêiser jorrando água para o ar, mas "com muito mais elegância." Afinal, geysers puxam a energia do escaldante calor do magma, enquanto as árvores só precisa relaxar sob o sol para lançar seu vapor invisível. Além disso, eles têm a força de números; centenas de bilhões de árvores na selva liberam até 20 bilhões de toneladas de água para a atmosfera todos os dias. Isso significa que, enquanto o Amazonas, que despeja 17 bilhões de toneladas de água no Oceano Atlântico por dia, pode ser o maior rio na terra - é ainda ultrapassado pelo rio à deriva no ar acima das copas das árvores.

O rio no ar se transforma em chuva, e repõe água para a floresta. A Floresta tropical cria suas próprias nuvens de chuva, repleto de esporos microscópicos, pólen e fungos e ar fresco como Nobre chama-os. Estes cheiros são essenciais para o ciclo de vida da selva, como o vapor de água das árvores condensa em torno dessas partículas microscópicas, formando nuvens, o que eventualmente liberam chuva torrencial. Este processo é exclusivo para a selva; oceanos, por exemplo, raramente criam nuvens pesadas, como a Amazonia, porque o ar do mar não é tão ricamente cheio de vida vegetal. "Esta relação entre uma coisa viva, que é a floresta, e uma coisa inanimada, que é a atmosfera, é engenhoso na Amazônia", diz Nobre. E é a razão pela qual o rio invisível retorna ao solo, repõe a floresta, apenas para ressurgir através das copas das árvores em um ciclo virtuoso.
Pensar na Amazônia como o equivalente a 50.000 usinas de energia. Imagine tentar recolher os 20 bilhões de toneladas métricas de bombeamento de água na atmosfera da Amazônia em uma chaleira. "Uma verdadeira grande chaleira," . Quanta energia seria então necessária para levar a ferver a água de volta para a atmosfera? Talvez, ele sugere, você poderia ligá-lo a Usina de Itaipu, no Brasil, a segunda maior usina hidrelétrica do mundo. Que nem sequer conseguiria fazer toda essa água ferver. Para transformar todos os 20 bilhões de toneladas de água em vapor, como a Amazonia faz todos os dias, Nobre diz que você precisaria construir cerca de 49.999 Itaipus, . "O Brasil está muito orgulhoso de [Itaipu] porque fornece mais de 30 por cento da energia que é consumida no Brasil", diz Nobre. "A Amazônia é aqui, fazendo isso de graça. É uma planta viva e extremamente poderosa. "

Sem a Amazônia, grande parte da América do Sul provavelmente seria um deserto. Nobre convida seus colegas brasileiros para um olhar varrendo ao longo do equador e comparar as paisagens. "Os desertos estão organizados em 30 graus de latitude norte e 30 graus de latitude sul", diz ele. "Olha lá, no hemisfério sul, o Atacama; Namíbia e Kalahari na África; o deserto australiano. No hemisfério norte, o Sahara, o Sonoran. "Mas na América do Sul, há uma extensão curiosa de verde. "Este quadrado era pra ser um deserto", diz ele da massa de terra que se estende da região central do Brasil através da Argentina e da costa Atlântica até os Andes. Este não é apenas um benefício para as árvores; também é terreno fértil para o comércio. "70 por cento do PIB da América do Sul vem dessa área", diz Nobre. "Isso depende desse rio." E o que poderia acontecer com os $ 4 triliões vindos da atividade econômica que dependem dessa área se a floresta fosse derrubada e o rio dissipado? Talvez por uma soma desse tamanho, é melhor não saber.
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