Mapa de Águas Subterrâneas do mundo Mostra Reservatórios “escondidos” no planeta
- mundofascinante
- 3 de dez. de 2015
- 4 min de leitura
Um novo mapa de reservas de água subterrânea (Aquíferos) da Terra mostra onde a água do planeta está trancada e "escondida" abaixo da terra.
O mapa - o primeiro de seu tipo - fornece uma representação visual dos recursos hídricos subterrâneos da Terra e estima que a oferta total de água subterrânea do planeta esta em cerca de 23 milhões de quilômetros cúbicos.

As águas subterrâneas são fonte da segunda maior porção de água doce do mundo, de acordo com National Ground Water Association. (A Fonte primária de água doce do planeta vem de geleiras e calotas polares.) As águas subterrâneas são coletadas da chuva que se infiltra no subsolo em aquíferos e reservatórios abaixo da superfície da terra, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA).
As águas subterrâneas são importantes para a segurança energética e alimentar, a saúde humana e para manter os ecossistemas saudáveis, mas também é um recurso que está em risco de uso excessivo e poluição humana, como disseram alguns pesquisadores em um novo estudo publicado online na revista Nature Geoscience.

Os cientistas obtiveram medições de trítio, uma versão radioativa da molécula de hidrogênio, e modelos de fluxo de água que costumavam demonstrar as propriedades da água e sua interação com diferentes tipos de rocha para estimar a quantidade de água subterrânea que o mundo possui, onde é distribuído e a idade da água nesses reservatórios subterrâneos.
Os pesquisadores calcularam que do total de 23 milhões de Km cúbicos de águas subterrâneas os mais rasos reservatórios estão a 2 km da crosta continental, apenas entre 100 mil a 540 mil quilômetros cúbicos das águas subterrâneas é jovem (moderna), no qual tem menos de 100 anos de idade.
Mas, por que é importante saber a idade das águas subterrâneas? Acontece que as águas subterrâneas jovens e antigas são fundamentalmente diferentes na forma como elas interagem com o restante do ciclo da água e do clima, de acordo com o estudo.
As águas subterrâneas antigas (mais de 100 anos de idade) são encontradas em profundidades maiores e, por vezes, contém arsénio ou urânio. Esta água também pode ser mais salgada que a água do oceano. Enquanto pouca parte dessa água é utilizada na agricultura e na indústria, a maior parte é tão antiga e esta estagnada que ela não faz mais uma parte do ciclo da água, o que significa que a maior parte não é utilizável por seres humanos, afirmou Tom Gleeson, principal autor o estudo e um engenheiro da Universidade de Victoria, no Canadá.
Mapa de acordo com as profundidades da água encontrada no subterrâneo

Em contraste, a água subterrânea moderna (menos de 100 anos de idade) ainda faz parte do ciclo da água, o que significa que ela tem a capacidade de renovar-se através da chuva ou neve derretida. No entanto, a água subterrânea moderna (que é onde temos a maior parte da água potável) está mais perto da água que vemos na superfície da Terra, como oceanos, lagos e rios. Porque esta é a água perto da superfície, que muitas vezes ajuda a repor grandes massas de água, quando elas esgotam ao longo do ano. No entanto, as mudanças climáticas tem impactado na quantidade de chuva e neve em certas regiões, alguns reservatórios de águas subterrâneas não estão sendo recarregados tão rápido quanto são usados. As atividades humanas também estão dificultando mais ainda ao rápido reabastecimento das águas subterrâneas, e está causando um pouco de poluição das águas nesses aquíferos subterrâneos podendo torna-las inutilizável, de acordo com o estudo.
Os mapas que foram desenvolvidas a partir do estudo mostram que as águas subterrâneas mais modernas são encontrada em regiões tropicais e montanhosas. Alguns dos maiores reservatórios podem ser encontrados na bacia do Amazonas, no Congo, na Indonésia, as regiões de montanha rochosa da América do Norte e Central, e na Cordilheira Ocidental da América do Sul.
Aquiferos no Brasil

Sem surpresa, os mapas mostram que as regiões áridas, como o deserto do Saara, tem a menor quantidade de água subterrânea moderna. Os pesquisadores fizeram notar no mapa que as altas latitudes do norte foram excluídas porque os dados de medições de satélite são imprecisos, mas eles pensam que, porque a região está coberta por permafrost (tipo de solo encontrado na região do Ártico, perma, de permanent (em inglês permanente), e frost, em inglês congelado), o que não permite muito o armazenamento de águas subterrâneas, e isso não vai afetar significativamente as estimativas de águas subterrâneas totais.
Com a crescente demanda global por água, o novo estudo pode ter implicações importantes para os gestores da água, desenvolvedores de políticas e cientistas que podem precisar gerir melhor os recursos hídricos subterrâneos de uma forma sustentável, disse Gleeson. "Uma vez que agora sabemos o quanto de água subterrânea está sendo retirada e quanto ainda existe, seremos capazes de estimar em quanto tempo será esgotada", disse ele.

Parte do artigo original no Live Science.
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